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Entre o Velho e o Novo: Riscos da Transição de Modelo de Negócios

Mudar o modelo de negócios de uma empresa, especialmente quando envolve transformação digital, é sempre um desafio estratégico. Embora a modernização seja necessária, a velocidade da mudança pode determinar o sucesso ou o fracasso dessa transição.


Toda empresa que está saindo de um modelo tradicional para um modelo digital passa por um momento delicado: o período em que o antigo ainda existe, mas já não é tão eficiente, e o novo ainda não está totalmente consolidado. É nesse intervalo que surgem os principais riscos.


O risco de avançar rápido demais


Quando a empresa tenta acelerar a transformação sem planejamento, pode romper rapidamente com sua base atual de clientes, especialmente os que ainda valorizam o modelo tradicional.


Exemplo prático: Imagine uma clínica de fisioterapia que sempre funcionou com atendimento presencial, recepcionistas e um modelo muito próximo do paciente. De repente, ela decide digitalizar tudo:


  • agendamentos apenas por aplicativo;

  • retirada do atendimento telefônico;

  • substituição total do contato humano por automações.


O que acontece?

Parte dos pacientes — principalmente os idosos, ou aqueles que valorizam o contato presencial — simplesmente não acompanha a mudança. A clínica fica sem a base que sustentava o faturamento, enquanto ainda não atraiu o novo público digital.

A pressa gera queda de receita e perda de clientes fiéis.


O risco de avançar devagar demais


Por outro lado, quem demora demais também paga um preço alto.

No mesmo exemplo da clínica, imagine que nada muda:


  • agendamentos só por telefone,

  • zero presença digital,

  • processos lentos,

  • baixa automação,

  • concorrentes lançando apps de autoatendimento e teleconsultas.


Enquanto o mercado evolui, a clínica fica presa em um funcionamento caro e ineficiente. A consequência é trabalhar por anos com uma lucratividade muito baixa, perdendo espaço para concorrentes mais modernos.

Aqui, a empresa não perde clientes por mudança brusca — ela perde por não mudar.


O equilíbrio é a chave


A estratégia ideal está no meio do caminho: uma transição por etapas, permitindo a coexistência do modelo tradicional com o modelo digital.

Usando novamente o exemplo da clínica, uma transição equilibrada poderia ser assim:


  • oferecer agendamentos online, mas mantendo o telefone;

  • introduzir teleconsultas como opção, não como substituição;

  • digitalizar prontuários internamente sem alterar a experiência do paciente;

  • testar automações primeiro no pós-atendimento;

  • implementar o app depois de testar a aceitação.


Assim, nenhum público é perdido, e a empresa aprende com dados antes de mudar por completo.


Como as empresas podem atravessar esse período com segurança


1. Entenda o cliente atual e o cliente desejado. Quem aceita mudança? Quem resiste? Quanto isso afeta receita?

2. Comece pequeno e aprenda rápido. Testes A/B, pilotos e fases controladas reduzem riscos.

3. Mensure tudo. Agendamentos, cancelamentos, satisfação, margem e uso da plataforma ajudam a guiar a velocidade da mudança.

4. Prepare pessoas e processos. Tecnologia só funciona quando a equipe está alinhada.


Conclusão


A transformação digital não é apenas sobre implementar tecnologia — é sobre equilibrar ritmo e estratégia. Mudar rápido demais pode destruir valor. Mudar devagar demais pode tornar o negócio obsoleto.


Empresas que conseguem encontrar esse equilíbrio atravessam o período de transição de maneira segura e chegam ao novo modelo com mais competitividade, eficiência e relevância.

 
 
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